Colecionadores
mantém sebos abertos
Por Luiza Chelegon
Cúrcio
Luiza@webcampinas.com.br
Vender raridades é a especialidade dos sebos
do centro de Campinas. As lojas, que compram e vendem antiguidades,
sobrevivem de ratos de livros e colecionadores de cds. Os sebos são,
muitas vezes, especializados em um determinado produto, como livros,
brinquedos, vinis e cds. O proprietário do Sebo Porão, Tadeu
Oliveira, conta que vende muitos cds. “Somos especializados em CDs,
pois meu filho é DJ”, justifica Oliveira.
O preço, maior atrativo para os consumidores, é extremamente barato,
e muitas vezes compensa o valor alto cobrado por livrarias.
“Compro
muitos livros, uns 12 por mês. O que me atrai aos sebos é o valor.
Outro motivo é poder encontrar livros que raros, que muitas vezes as
livrarias não possuem. O assunto que mais me interesso é
esoterismo”, conta Tiago Monteiro enquanto procura livros.
Em sebos é possível encontrar vinis, que não são mais fabricados.
“Muitos pais vem aqui para mostrar aos filhos o que eles ouviam,
como funciona um vinil, etc. Só que eles não compram os vinis. É uma
bela curiosidade para a garotada, isso eu garanto”, conta o
proprietário do Sebo Porão.
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Além de
raridades, o sebo oferece a oportunidade de encontrar objetos
que pertenceram a outras pessoas. Em alguns casos, de forma
muito especial. Em um vinil de samba, encontramos os seguintes
dizeres: “Emprestar é um prazer. Devolver é um dever. Obrigado,
Ivanil Andrade. 22-05-1892”. Muitos livros têm dedicatórias,
comentários ou destaques que uma vez foram importantes para o
antigo proprietário. Também são encontradas fotos antigas de
Campinas, em formato de pôsteres.
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Um dos
vinis mais raros encontrados nos sebos é uma edição especial de
Sílvio Santos cantando “Pacote de Mulher” e “Mandioca”. O vinil,
datado de 1979, lançava marchinhas de carnaval para os fãs do
apresentador e dono do SBT. Mas o proprietário Oliveira comenta
que não vende vinis, tanto que ele não
compra mais de possíveis vendedores. “É muito difícil encontrar
agulhas, então ninguém procura os vinis”, conta.
O livro mais comercializado é o paradidático, obrigatório
no ensino escolar. O valor varia entre R$1,00 e R$5,00, preço
mais acessível do que o oferecido pelas livrarias.
07 de julho de
2008 |