Hoje é dia
de valorizar o índio
Por Luiza Chelegon
Cúrcio
luiza@webcampinas.com.br
Em 31 de julho de 1609 é comemorada a libertação dos indígenas
brasileiros (libertação da escravidão indígena do Brasil colônia). Crianças aprendem como é o dia do índio, que pesca a
caça para a própria sobrevivência. Mas apesar da cultura rica dos
índios brasileiros, estudada nas diversas escolas da cidade,
esquecemos
como
este povo é vitimado pela língua portuguesa e pela cultura popular
de nosso país.
Quando alguém próximo de nós tem uma atitude pouco civilizada e
agressiva dizemos que está agindo como índio. É uma forma de
desqualificarmos um comportamento do homem da cidade, que trabalha
como um louco e não mantém um contato saudável com a natureza. Mas
esquecemos que o indígena que vive nas matas brasileiras não está
sempre mal-humorado, não respira a poluição das grandes metrópoles
e, principalmente, não tem um comportamento agressivo. O indígena só
usa sua agressividade na defesa de seus direitos, e não
voluntariamente, como pode ser visto por muitos selvagens espalhados
pelas inúmeras aldeias urbanas.
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O segundo preconceito é
chamarmos um programa chato, estranho, desagradável, do qual não
queremos participar, de “programa de índio”. A expressão,
indevidamente utilizada, transmite a idéia de como a vida dos
nativos é vista em nossa sociedade.
Concluímos,
erroneamente, que os índios passam seus dias em atividades sem
graça, em atividades chatas. É bem provável que os índios pensem a
mesma coisa dos brancos, que passam os dias em cubículos, na frente
de um computador, sem contato com a natureza ou outros seres
humanos. Atribuímos ao índio o que nos desagrada, demonstrando a
fragilidade de nossa cultura perante as demais.
Baby do Brasil canta “todo dia era dia de índio, mas agora eles só
têm o dia 19 de abril (dia do índio)”. Talvez seja o momento de nos
dedicarmos a uma vida mais parecida com a dos índios. E celebrar
este modo de vida mais saudável todos os dias do ano. Parabéns aos
índios. Ainda temos muito a aprender com vocês.
Campinas, 31 de julho de 2008 |