O Esporte
é Notícia
Felipe
Camargo
Seleção
Má
campanha da Seleção nas Eliminatórias não é de todo
ruim.
O Brasil
empatou com a Argentina pela 6ª rodada das Eliminatórias da
Copa do Mundo 2010, por 0 a 0, em Belo Horizonte. O jogo,
marcado pela rivalidade dos dois países, ficou caracterizado
pela forte marcação, pois ambos os times haviam jogado mal
na partida anterior (Brasil perdeu para o Paraguai por 2 a 0
e a Argentina empatou no último minuto com o Equador por 1 a
1), e perder a partida para o principal rival iria
desencadear em uma crise, pelo menos até a próxima rodada
das Eliminatórias, em setembro.
No primeiro
tempo, as principais chances de gol foram brasileiras. Júlio
Baptista, atuando com a camisa 10, perdeu uma grande chance
na cara do goleiro adversário, e levou perigo em algumas
cobranças de escanteio. Destaque também para a entrada de
Anderson como titular, porém após se contundir, foi
substituído por Diego. A Argentina se limitava a cruzar a
bola na área brasileira em cobranças de falta, e pouco
assustou o goleiro Júlio César.
No segundo
tempo, o Brasil levou perigo em outras duas oportunidades,
novamente com Julio Baptista, com um belo voleio após
cruzamento de Luis Fabiano; e em uma cobrança de falta, que
obrigou Abbondanzieri a praticar difícil defesa. No final da
partida, Messi teve duas boas oportunidades de marcar, mas
parou nas defesas de Júlio César.
O destaque
do jogo foi a postura da Seleção. Não eram raros os momentos
em que Adriano e Robinho voltavam para marcar os
adversários, além de notória vontade dos zagueiros Juan e
Lúcio. O Brasil jogou ontem o que não havia jogado contra o
Paraguai, faltou apenas marcar o gol.
Uma
curiosidade marca a Seleção com relação ao desempenho nas
Eliminatórias. Seis anos atrás, a equipe comandada por Luis
Felipe Scolari classificou-se à Copa apenas na última
rodada, em cima da Venezuela, com um show de Luizão. Foi à
Copa e voltou com o pentacampeonato. Em 1994, o Brasil
também fez uma campanha aquém das expectativas nas
Eliminatórias, e classificou-se ganhando do Uruguai no
Maracanã, também na última rodada. Foi aos Estados Unidos e
trouxe a taça do tetra.
Em
contrapartida, quando fez uma excelente campanha nas
Eliminatórias, como na campanha para a Copa de 2006, na
Alemanha, o Brasil decepcionou, jogando mal e sendo
eliminado pela França comandada por Zidane, nas quartas de
final.
Ficar de
fora do principal torneio entre seleções, o Brasil não vai.
Resta saber como será a moral do time diante dos torcedores.
Se for ruim, dando continuidade às atuações razoáveis que
vem apresentando, e a “tradição” for seguida à risca, há
boas chances para uma grande apresentação na África do Sul.
Se voltar a apresentar um bom futebol, e classificar-se sem
maiores dificuldades, caberá ao técnico brasileiro
administrar os jogadores para não entrarem em campo, como
diz a gíria do futebol, usando “salto alto”.
Eurocopa
Dias de
decisão, semana de surpresas.
Terminada a
primeira fase da Euro 2008, definidos os confrontos das
quartas de final, algumas constatações e surpresas foram
vistas pelo mundo. A principal constatação foi a força de
Portugal, Holanda e Espanha, as duas últimas com 100% de
aproveitamento, mesmo jogando com os times reservas na
última rodada. A principal surpresa foi a classificação de
Croácia e Rússia, esta última batendo a tradicional Suécia,
da dupla Larsson e Ibrahimovic, por 2 a 0.
Há também as
decepções. Além da Inglaterra, que sequer se classificou à
fase final do torneio, as seleções da França, Grécia e
Suécia poderiam ter feito uma campanha melhor. A França,
mesmo caindo no grupo da morte, com Holanda, Romênia e
Itália, marcou apenas um gol, e levou 6 (média de dois por
jogo), e ficou em último lugar no seu grupo, mostrando que
ainda não consegue desenvolver um bom futebol com a ausência
de Zidane. A Grécia defendia o título europeu, mesmo não
sendo uma seleção tradicional, mas perdeu os três jogos que
disputou, e marcou apenas um gol. A Suécia, com uma das
duplas de ataque mais badaladas do torneio (Larsson,
experiente atacante com passagens por Manchester United,
Barcelona e Celtic; e Ibrahimovic, estrela da Inter de
Milão, com passagens por Juventus e Ajax), marcou apenas
dois gols, e perdeu a partida decisiva contra a Rússia,
quando precisava apenas empatar.
Assim, as
quartas de final foram as seguintes: Portugal e Alemanha,
Croácia e Turquia, Holanda e Rússia, Itália e Espanha.
Portugal e
Alemanha se enfrentam hoje, na Basiléia, em busca de uma
vaga na semifinal. Apesar da classificação, os germânicos
apresentaram um bom futebol apenas na estréia, contra a
Polônia. Já os portugueses, têm em seu elenco o melhor
jogador do mundo na atualidade, Cristiano Ronaldo, auxiliado
por grandes jogadores, como Deco, Simão e Nuno Gomes, além
da grande estrela, o técnico Luis Felipe Scolari.
Croácia e
Turquia fazem o jogo das “surpresas”. A Croácia é favorita,
pois eliminou a Inglaterra, em pelo estádio Wembley, nas
eliminatórias. Na fase de grupos, terminou em primeiro,
vencendo os três jogos, inclusive contra a tradicional
Alemanha. Os turcos chegam embalados pela emocionante
classificação, em cima da República Tcheca. Perdiam o jogo
por 2 a 0 até os 37 minutos do segundo tempo, quando fizeram
três gols e consolidaram a sonhada classificação.
No sábado,
Holanda e Rússia disputam a terceira vaga das semifinais. Os
holandeses, se mantiverem o futebol espetacular apresentado
na primeira fase, deverão se classificar. Afinal, não é
qualquer equipe que vence a Itália por 3 a 0 e a França por
4 a 1. Já são comparados à geração de Cruyff e cia, a
chamada “laranja mecânica”. Em três jogos, marcaram nove
gols e sofreram apenas um. Mas enfrentarão uma perigosa
Rússia, cuja base é formada pelos jogadores do Zenit, atual
campeão da Copa da Uefa, e cujo treinador se especializou em
levar seleções pequenas a grandes campanhas; além disso,
impressionaram ao eliminar a Suécia.
Por fim, no
domingo, o grande clássico das quartas de final. Itália e
Espanha colocam rivalidade em campo. Os espanhóis, famosos
por montarem bons porém fracassados times, venceram os três
jogos na primeira fase e têm o artilheiro do campeonato, o
atacante do David Villa, com quatro gols. Os italianos,
cuja fama é a de começarem mal um campeonato, e
surpreenderem na reta final, só conseguiram a classificação
na última rodada, ao vencer a França por 2 a 0. Porém,
quando se trata de clássico, tudo pode acontecer; por isso,
há a expectativa de um jogo movimentado